“Os alimentos precisam ficar de fora do tarifaço americano” defende Guilherme Coelho diante de representantes do Governo Federal e do agronegócio
Publicado em 16/07/2025 às 11:03


O Governo Federal iniciou, na última terça-feira (15), em Brasília, uma série de reuniões com os setores produtivos brasileiros para definir estratégias de negociação e reversão das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos do Brasil. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Guilherme Coelho, foi o representante da fruticultura exportadora no encontro com o agronegócio. 


As reuniões com os setores produtivos foram organizadas pelo comitê de trabalho interministerial, liderado pelo vice-presidente e ministro da Industria, Geraldo Alckmin, para negociar com o governo norte-americano. Foram recebidas empresas que exportam suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado.


Guilherme Coelho destacou o clima de insegurança vivido pelos fruticultores a véspera da colheita da safra de manga. “Estávamos com a expectativa de exportar quase três mil containers de manga nesta próxima safra. Agora, os produtores estão inseguros e temorosos, pois já se organizaram para exportar para os Estados Unidos; compraram as embalagens, acertaram com os distribuidores. E não é possível redirecionar essa produção para a Europa ou mercado interno sob o risco de colapsar os dois mercados”, alertou.


Segundo a Abrafrutas, o Estados Unidos absorveu 7% do volume total exportado de frutas pelo Brasil em 2024, o que representa 12% do faturamento total da exportação de frutas no ano. No que se refere a comercialização de mangas, os americanos consumiram 14% do volume exportado ano passado, o que representa 13% do faturamento total.


Alimentos de fora do tarifaço


O presidente da Abrafrutas defendeu que os alimentos sejam deixados de fora do tarifaço “Não é justo e razoável taxar alimentos. A aplicação de 50% nas tarifas trará prejuízos enormes para os dois países. Os americanos poderão ter que lidar com escassez de alimentos, inflação dos preços e até desemprego, já que a indústria de lá compra matéria prima brasileira para beneficiamento.


A laranja, por exemplo, é importada para produção de suco. Os prejuízos no Brasil também serão enormes, nossos produtores não terão mercado consumidor que absorva a sua produção e terão que demitir funcionários. Estamos falando de milhares de famílias que poderão ficar sem renda, sem comida na mesa”, advertiu Guilherme Coelho.

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